No último ato à frente do Ministério da Saúde, hoje, Eduardo Pazuello deve informar aos chefes dos poderes que deixa o cargo com 500 milhões de doses de vacinas anti-covid compradas e que, a partir de abril, começarão a ser vacinadas pessoas com comorbidades e categorias como professores, policiais, bombeiros e funcionários do serviço funerário.
A boa notícia foi confirmada pelo governador João Doria na tradicional coletiva de Imprensa no Palácio dos Bandeirantes, hoje. O Secretário da Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, disse que nesta pandemia a PM potencializou a atividade policial com elevado risco ao contágio. “Vimos médicos do SAMU em atendimento, todos vacinados, tendo suporte dos bombeiros não vacinados. A vacina chega como uma bênção”, disse.
A vacinação de policiais militares e demais integrantes das forças de segurança só saiu a fórceps. Entidades representativas de policiais militares como a DEFENDA PM e a FENEME – Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais trabalharam intensamente nos bastidores para que isso fosse possível. Reuniões virtuais foram realizadas, ofícios e email foram disparados para autoridades competentes para fazer pressão sobre o governo federal.
Trabalho inestimável foi realizado pelos parlamentares federais e estaduais alinhados à Polícia Militar do Estado de São Paulo, no âmbito dos ministérios da Justiça e da Saúde, sempre argumentando que as polícias militares e as demais forças de segurança estão expostas ao contágio pelo contato direto com as pessoas sem saber se estão contaminadas ou não.
O Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo insistiu no tema em reuniões com o Secretário da Segurança Pública. E o senador Major Olimpio, falecido recentemente, não cansou em defender esta causa. Importante apoio foi dado pelo novo presidente da Assembleia Legislativa. A DEFENDA PM iniciou campanha pela vacina veiculando banner e vídeo institucional em suas mídias sociais e no programa de TV que mantém às segundas-feiras.
Em um ano de pandemia, conforme salientou a DEFENDA PM em ofício ao Secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, morreram mais policiais militares pelo vírus do que em confronto com marginais (até ontem, 79 PM da Ativa haviam falecido com a doença). Vacinar policiais militares e integrantes das demais forças de segurança, portanto, não constitui privilégio. Antes, trata-se de proteger aqueles que protegem a Sociedade. Não há outro modo de ser. Sociedade desprotegida é Sociedade vítima.
A DEFENDA PM estará atenta ao cumprimento da palavra empenhada pelo Ministério da Saúde, corroborada pelo governador do Estado de São Paulo. Este é um tema que não pode ficar em promessas vazias.