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Mais uma demonstração do reconhecimento dos paulistanos à Polícia Militar e mais um ato lamentável do Governo Doria

Na tarde de ontem, todos os policiais militares do Estado de São Paulo que não estavam em atendimento de emergência acionaram as sirenes de suas viaturas e, em posição de sentido, prestaram continência.Esse ato foi realizado em locais públicos, e o gesto foi repetido para homenagear o soldado Lucas Alexandre Leite, de 25 anos, falecido no sábado à noite, em serviço. Na avenida Paulista, que abrigava uma manifestação pró-Bolsonaro, o gesto dos policiais militares ganhou contornos inesperados.

A cena fúnebre já se tornou comum no Estado que somente este ano já contabiliza nove policiais militares mortos em serviço. Na avenida Paulista, ontem, os manifestantes, que não sabiam do significado do ato de continência dos policiais militares, interpretaram o gesto como apoio ao governo Bolsonaro, ou repúdio ao governo Doria, e engajamento dos policiais militares na causa que defendem. Políticos alinhados ao Presidente da República foram às redes sociais para capitalizar a coincidência dos atos e o revestiram de prestígio a Jair Bolsonaro.

O governador João Doria também foi às redes sociais rapidamente. “É absolutamente falsa a notícia de que Policiais Militares de SP prestaram continência hoje a manifestantes”, escreveu ele no Twitter. Em Nota em seu site, o governo do Estado noticiou que “policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), a qual (sic) pertencia a vítima, o honraram com continência individual e toque de silêncio”. Na Nota, o governo do Estado sequer mencionou o nome do soldado Lucas Alexandre Leite. Referiu-se a ele como “um soldado”, apenas.

Mais uma vez, a DEFENDA PM vem a público repudiar a postura do governador do Estado de São Paulo. Não é comum João Doria manifestar-se sobre morte de policiais militares, diferentemente de outros governadores no País que dão valor à vida e à memória de seus heróis. Ao contrário, a tônica é ignorar o fato, como fez em maio do ano passado, por exemplo, no dia em que o PM Fernando Flávio Torres foi assassinado. Na ocasião, o governador preferiu promover um jogo de futebol e dividir pizza com deputados estaduais amigos e outras autoridades em sua residência. Ele jamais foi a velório ou enterro de corpo de PM. No máximo, autoriza a publicação de uma Nota protocolar no site do governo.

Apesar do engano em relação ao motivo da conduta dos policiais militares, o que se viu ontem na Avenida Paulista foram sinceras demonstrações de apoio da população à Polícia Militar com aplausos, cumprimentos pessoais e elogios divulgados em redes sociais. Este é um comportamento que tem sido cada vez mais comum de cidadãos que se sentem protegidos ao notar policiais militares e viaturas estacionadas acompanhando as grandes manifestações nas quais imperam a ordem e o respeito.

A morte do soldado Lucas Alexandre Leite não foi em vão. Ele morreu cumprindo o juramento de defender a sociedade, mesmo que à custa da própria vida. Sua morte também deu ao povo paulista mais uma oportunidade de demonstrar o reconhecimento a quem o protege. Como ocorre em países desenvolvidos e que valorizam seus heróis, como nos Estados Unidos, esperamos que um dia São Paulo tenha um governador digno de sua história e se junte aos seus concidadãos para prestar reverência à memória de um herói tombado no cumprimento do dever, e ao mesmo tempo se solidarize com suas viúvas, pais e filhos.